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A caverna e a Avaliação de Pessoas

Às vezes não nos damos conta ou equecemos ou nem percebemos que algumas das melhores referências para uma gestão eficaz com pessoas estão no dia a dia, na vida e também na arte.

Recentemente assisti ao documentário “A Caverna dos Sonhos Esquecidos”, estupendo trabalho do alemão Werner Herzog, que ficou em cartaz em uma única sala de cinema da cidade de Salvador, a do Itaú Unibanco, na Praça Castro Alves, o que, certamente, desencorajou muita gente a se deslocar para o centro decadente e lindo da capital baiana mas não deveria, pois esta saída da rota convencional das salas de cinema dos shoppings é muito agradável e se incorpora ao programa. No centro,  em plena Praça Castro Alves, palco conhecido de muitos carnavais, vivenciamos uma outra cidade, com personagens variados  trafegando pelas calçadas e o convite para observarmos comportamentos, estilos, perfis, vida, GENTE em suas mais diferentes performances.

Assistir a este documentário é dedicar 90 minutos do nosso precioso tempo à contemplação do talento humano, à reflexão sobre a complexidade de ser “humano” e sobre um dos mais legítimos aspectos da nossa humanidade: a capacidade de se expressar por meio da arte ou da representação daquilo que sentimos, sonhamos, tememos.

Não sou crítica de cinema mas apenas uma apaixonada pela sétima arte e pelo ato de observar as pessoas, anônimos na rua, no shopping, pelas janelas dos carros, sentados no cinema ou numa entrevista de seleção portanto, a minha motivação ao escrever este artigo é pura e simplesmente a de compartilhar uma experiência riquíssima.

Nós, profissionais de RH, Gestores de Pessoas, buscamos, incansavelmente, novas ferramentas racionais e mensuráveis para a avaliação de perfil, assessment e testes sofisticados para avaliar pessoas. Estes são, claro, importantes no ambiente corporativo e hoje há no mercado bons instrumentos contudo, , não são os únicos.

Não podemos esquecer que nenhuma ferramenta racional, objetiva, psicométrica pode definir um indivíduo em sua complexidade existencial e nem pode rotulá-lo. Como medir ou avaliar a essência humana? Será que seria um caminho avaliar condições subjetivas com recursos e métodos também subjetivos? Na hora de avaliar pessoas você leva em consideração o seu “feeling”, a sua intuição?

Fica então o convite para que todo mundo que trabalha com GENTE apure os seus sentidos, exercite a intuição, refine o olhar. Como fazer isso?? Um dos caminhos é contemplando a arte! Vá ao cinema, ao teatro, ouça música…todos os gêneros, visite exposições, admire uma pintura. São experiências que formam e que transformam. Bom programa!

 

Cena do documentário de Werner Herzog, A Caverna dos Sonhos Esquecidos.
Cena do documentário de Werner Herzog, A Caverna dos Sonhos Esquecidos.

Margot Azevedo

Diretora Executiva da VÉLI Soluções em RH

Unidade Bahia

20 de Maio de 2013.