O DP e o RH

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Uma frase que ouvi hoje pela manhã durante breve conversa virtual com uma colega de profissão despertou a vontade de compartilhar um princípio de RH no qual acredito. Fico me perguntando se tenho companheiros de crença!

Enquanto conversávamos sobre sua recolocação profissional, ela disse a seguinte frase:

– “Consegui uma vaga que dizia ser de RH, mas a maioria das atividades é de DP”.

Havíamos nos cruzado rapidamente no aeroporto e eu já estava dentro do avião, prestes a decolar, de sorte que não teríamos tempo de desenvolver a conversa. Mas caso tivéssemos, minha próxima frase-resposta seria:

– “E o DP não é parte do RH”?

Não venho aqui, de forma alguma, julgar ou recriminar minha colega! Eu entendo o que ela quis dizer. Quero sim falar dos conceitos por trás da expressão que ela disse.

No nosso segmento de Gestão de Pessoas, é comum escutarmos a distinção clara entre DP – Departamento de Pessoal e RH – Recursos Humanos. Ao velho e bom DP as pessoas associam tudo o que é operacional, menor e antigo. Ao senhor RH está associada a estratégia, a novidade, a modernidade e a famosa gestão de pessoas com todas as suas metodologias. Dois departamentos separados: um cuidando de dinheiro e coisas e o outro cuidando de gente.

Pois então!!! Não é de maneira dissociada que os percebo. Eu os considero parte de um único universo. Parte do universo que cuida de gente e de tudo aquilo que é da gente!! Sabe por que? Experimente um belo erro na Folha de Pagamentos por um único mês! Erre só uma vez e experimente o caos no clima organizacional! Não faça os pedidos de vale transporte na data correta, por exemplo. Faça isso e assista de camarote a todo o glamour da estratégia dita de “ RH” ir por água abaixo enquanto todos os ramais da área tocam sem parar com pessoas querendo saber o que houve com o dinheiro, com o pagamento do TKT Restaurante, com o vale transporte que não foi depositado.

Acredito na atividade de administração de pessoal (que alguns chamam de DP) consistente e competente como sendo a base para uma estratégia de gestão de pessoas bem executada. Não creio que seja possível inovar, criar e implantar muita coisa se o básico não estiver em perfeita ordem. Não há clima organizacional que resista a pagamentos errados, plano de saúde que não funciona, admissões malfeitas, benefícios pagos fora do prazo. Não há instrutor que tenha sucesso em uma sala de treinamento cujos participantes estejam insatisfeitos porque seu vale alimentação ainda não foi pago.

É necessário destacar cuidadosamente talentos com competências e perfil específico para o trabalho de Administração de Pessoal, assim como o fazemos com os times de Desenvolvimento Organizacional, Remuneração, Gestão por Competências e outros. Não podemos simplesmente mandar para o DP o mais fraco dos colaboradores do “RH”, mas sim identificar pessoas altamente capacitadas com o perfil correto para a natureza da atividade repetitiva a detalhista que lhe é característica. Não me sinto confortável quando presencio menosprezo aos profissionais que executam estas atividades, como se inferiores fossem. Já tentou entender a CLT e conhecer todas as regras e demais leis que regem o dia a dia de alguém que trabalha nesta área?

Enfim! Creio na atividade de administração de pessoal, ou no DP (como preferirem!!) como uma das atividades ou divisões da área de Gestão de Pessoas ou RH (como preferirem!!). Tão importante quanto. Totalmente integrada aos demais subsistemas de RH. Sua equipe deve ser valorizada, capacitada e gerenciada tanto quanto todas as outras equipes que pensam nas avaliações de desempenho, nos programas de capacitação, nas ações de clima, na estratégia de remuneração, que acaba se concretizando em um pagamento que certamente será efetuado por alguém do querido “DP!!!

São Paulo – Brasília, 22 de junho de 2015.

Fonte:http://simonemaia.com/2015/06/22/o-dp-e-o-rh/

ENTENDA PORQUE É IMPORTANTE CONHECER SOBRE GAMIFICAÇÃO

Game JamSempre atenta ao que há de novo na área de RH e comprometida em trazer para os seus clientes soluções contemporâneas e criativas, a VÉLI BAHIA realizará em Salvador agora em agosto a primeira GAME JAM do Nordeste, em parceria com a i9Ação, pioneira no desenvolvimento de jogos empresariais e soluções interativas de aprendizagem na América Latina .

O evento possibilitará ao público convidado conhecer e experimentar os benefícios da gamificação, que tem se mostrado uma ferramenta extremamente eficaz – e o que é melhor – uma possibilidade mais criativa, interessante e divertida que está revolucionando a gestão de pessoas.

Muita gente confunde psicodrama pedagógico ou o uso puro e simples de jogos com esta que é uma metodologia que parte do princípio da dinâmica dos jogos para criar sistemas motivacionais de engajamento em qualquer área. A gamificação é hoje reconhecida como essencial para empresas de todos os segmentos e portes, ampliando a participação de funcionários em atividades que visam a solução de problemas práticos ou despertando o engajamento de públicos específicos em ações e campanhas as mais variadas. O ambiente de trabalho fica mais leve e divertido favorecendo, inclusive, a retenção de pessoas estratégicas para as organizações.

Para dar uma idéia do potencial dessa metodologia, o mercado da gamificação deverá movimentar cerca de US$ 5,5 bilhões em todo o mundo até 2018, de acordo com as estimativas da empresa M2 Intelligence.

gamificação é uma ferramenta fundamental na área de gestão de pessoas e é muito eficaz para:

  • Favorecer o engajamento
  • Despertar a criatividade
  • Desenvolver e reter pessoas
  • Solucionar problemas práticos nas organizações

Seu uso se estende às diversas áreas internas da empresa e também ao ambiente de influência, como é o caso de projetos sociais promovidos pelas organizações ou mesmo para conseguir o engajamento da população em determinadas campanhas, motivar estudantes, dentre outras inúmeras possibilidades.

Este primeiro evento na Bahia é apenas para convidados e as vagas são limitadas.

Fonte de informação: cybergia.com.br

DICAS PRECIOSAS PARA UM FEEDBACK EFICAZ

Por Flávia Kurth

Diretora Executiva da Véli Soluções em RH

Santa Catarina

Dar e receber feedback são práticas das mais importantes no dia a dia de um profissional.

Por meio do feedback altruísta e bem estruturado, o líder exerce seu papel mais precioso como gestor de pessoas: o de canalizar sua energia e esforços para o desenvolvimento de seus liderados, buscando performance e resultado através deles.

Feedback em inglês significa “retroalimentação”: o ato de dar retorno a alguém sobre algo que ela fez ou deixou de fazer. E todo mundo precisa de retorno!

Mas infelizmente, ao longo dos anos, o feedback passou de uma ferramenta estrutural e amistosa para motivo de temor!

Damos aqui cinco dicas preciosas para que seus feedbacks sejam eficazes e construtivos:

Prepare o terreno:

O sucesso de um feedback está diretamente relacionado ao ambiente e à forma como ele é apresentado. Portanto, preparação e planejamento são etapas indispensáveis.

Para facilitar o processo, e em respeito à pessoa envolvida, marque um horário e antecipe a ela o fato de querer lhe dar um feedback sobre determinado tema. Desta forma, a pessoa pode também se preparar.

Chegado o momento do encontro, faça uma breve descrição da situação e peça para que ela comece falando sobre o fato. Desta forma, você saberá como ela percebe o ocorrido e poderá definir a melhor estratégia para abordá-la.

Além disso, evite realizar o feedback quando estiver com a cabeça quente. A forma como você conduz a conversa, sua linguagem corporal e suas emoções podem tanto contribuir com seu interlocutor quanto afastá-lo de você.

Feedback aborda fato:

Feedback é a prática de reforçar um aspecto positivo ou de apontar uma oportunidade de melhoria em relação a um comportamento que foi observado. Tem por base algo que efetivamente aconteceu.

Sendo assim, não existe feedback eficaz se ele tratar de algo que você supõe ou, pior, que “ouviu dizer”.

Foque-se em fatos concretos e seja específico e objetivo. Use exemplos claros e evite rodeios desnecessários. Eles podem confundir a pessoa e prejudicar a mensagem que você quer e precisa transmitir.

Nada de técnica do “sanduíche”!

Aquela história de misturar feedback positivo com corretivo, de começar com elogio para depois passar para o problema e depois voltar para o elogio, não tem a menor eficácia e causa tremenda confusão!

Se o feedback objetiva reconhecer e reforçar um comportamento bom, faça só isso.

O ego das pessoas precisa contabilizar o ganho!

Já se o feedback for corretivo, seja construtivo e claro. Concentre-se no exemplo e explique as consequências ruins geradas pelo comportamento inadequado.

Em resumo: concentre-se no que tem que ser dito. Não misture bom e ruim.

A pessoa que fez algo positivo precisa ser reconhecida e não pode sair deste encontro com sensação de dívida.

Já aquele que fez algo de errado, deve sair do encontro sabendo claramente onde errou e motivado a melhorar.

Os mais novos querem feedback formal:

A constante evolução dos ambientes corporativos para modelos cada vez mais informais e amistosos gera confusão quanto às expectativas dos profissionais mais jovens em relação ao feedback.

Ao contrário do que pode parecer, os profissionais das novas gerações esperam por feedback formal. E entenda-se por formalidade o agendamento do feedback, a devida antecipação do assunto e, se preciso for, a declaração explícita de que “isso é um feedback, ok?”.

Isso porque os jovens demandam clareza e objetividade na comunicação com a corporação e com seus pares e líderes, mesmo entendendo e preferindo ambientes de trabalho mais descontraídos.

Contagie seu ambiente com feedbacks positivos:

Ensinar e desenvolver as pessoas através do que é bom pode ser muito mais prazeroso e fácil do que trabalhar pelo lado negativo. E feedback existe justamente para motivar e construir.

Quando o feedback vira motivo de temor e desconforto em uma empresa isso pode significar que líderes e liderados só param para conversar quando algo não vai bem.

Vale a pena investir em feedback positivo.

Apenas lembre que isso é muito mais do que elogiar!

O feedback positivo reforça ações e comportamentos apropriados e desejados pelo líder e pela empresa. Deve ser estruturado, trazer o exemplo claro do que aconteceu de positivo e esclarecer o impacto benéfico disso no trabalho.

Enfim, o feedback é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento das pessoas. Só assim elas entendem o que se espera delas e onde estão errando.

E um dos segredos para a eficácia do feedback passa pela própria atitude do líder, de querer ajudar, de querer contribuir de se posicionar de forma construtiva como um facilitador para a evolução daquele que está ali na sua frente.

Agora quer saber se seu feedback foi realmente bom?

Repare se seu interlocutor agradece no final.

A gratidão de quem recebeu um retorno construtivo e prazeroso é um excelente feedback a quem o deu!

Quatro perguntas que sua empresa precisa responder ao tratar de seleção de pessoas.

Hoje em dia qualidade e preço são quesitos básicos e inegociáveis com o mercado cada vez mais exigente!

A vantagem competitiva de uma organização está nos serviços que ela presta e em seu capital intelectual: na captação, retenção e bom uso da inteligência de suas pessoas!

Sendo assim, os processos de atração, recrutamento, avaliação e seleção de profissionais fazem tão parte da estratégia do negócio quanto os processos produtivos e comerciais e devem ser, no mínimo, tratados com igual importância e cautela.

Seguem aqui quatro perguntas que você deve responder para checar se sua empresa está preparada neste sentido:

  1. O processo seletivo em sua empresa está sendo conduzido pelas pessoas certas?

Lideranças e RH devem ser fortes aliados no processo de escolha de pessoas. Esta responsabilidade não pode ser tratada como exclusiva de um ou de outro.

O processo seletivo é o primeiro cartão de visita entregue pela sua empresa ao futuro colaborador. Nesta fase o profissional deve perceber os valores e princípios que irão nortear seu dia a dia de trabalho. Ele também está escolhendo. Portanto, as atividades de recrutar, avaliar e selecionar profissionais não podem estar nas mãos de profissionais inexperientes na função ou com pouca vivência na empresa. Devem, ao contrário, ser delegadas a pessoas preparadas e alinhadas com a cultura e objetivos de sua organização.

  1. O recrutamento interno é sua primeira opção?

Apesar dos benefícios em se contratar um profissional de mercado – como a visão externa e crítica que ele traz aos processos da empresa, por exemplo – o recrutamento interno precisa sempre ser considerado como a primeira opção para o preenchimento de uma vaga.

A solução de um problema através da contratação do profissional de mercado não pode ser geradora de novos problemas originados da insatisfação de colaboradores que se sintam capacitados para a posição.

O recrutamento interno não é obrigatório, mas custa menos, aproveita melhor o potencial humano da organização, incentiva o desenvolvimento das pessoas e fomenta a retenção de talentos.

  1. A proposta de valor oferecida pela empresa é atrativa?

Para que o processo seletivo seja bem sucedido a empresa também precisa ser escolhida pelo melhor candidato. Portanto sua proposta de valor deve ser apresentada de forma objetiva, clara e atrativa.

Em síntese, a fase de seleção de pessoas é o primeiro contato de um futuro colaborador com a sua empresa. O primeiro contato com aquele que pode ser o talento que ela tanto precisa. Prepare com atenção e estratégia a oferta a ser feita!

  1. A empresa zela por sua imagem e reputação durante os processos seletivos?

Lembre-se que as pessoas compartilham suas experiências em processos seletivos. Tanto as boas quanto as ruins!

Um processo seletivo mal administrado pela empresa pode causar danos catastróficos a sua imagem.

Tudo começa pela pontualidade, respeito, cordialidade e preparo do responsável por receber os candidatos.

Se, no passado, as pessoas se sujeitavam a qualquer condição em prol de um emprego, hoje o profissional que não perceba um ambiente respeitoso na seleção pode abandonar e falar mal do processo e publicar críticas severas às pessoas e à empresa, prejudicando sua reputação!

Outra questão se refere às dinâmicas de grupo: é importante evitar atividades que possam constranger os candidatos e comprometer a seriedade da seleção. Amadorismo na condução de atividades em grupo é um erro irreparável.

Por fim, aos candidatos que não forem selecionados devem receber algum tipo de posicionamento e retorno. Além de terem dedicado tempo à sua empresa, eles podem ter aptidões úteis para futuras vagas.

Flávia Kurth

É sócia-diretora da Véli Soluções em RH

[email protected]

Inovação = Gestão + Pessoas

Autora: Ana Koch

Segundo Engênio Musak, fazer gestão de pessoas é fazer gestão de vontades. E pode-se traduzir a gestão de vontades como as atitudes que geram oportunidades para as pessoas perceberem valor no trabalho. O trabalho passa a ser visto como meio fundamental para alcance dos objetivos profissionais e pessoais.

Tarefa fácil?

Nem um pouco… ainda mais em época de crise, onde orçamento e recursos financeiros estão escassos e o foco do gestor volta a ser gerar melhores resultados para o negócio com menores custos.

Arrisco então a dizer que fazer gestão de pessoas em nosso cenário atual envolve gerir vontades e fomentar um ambiente para que a inovação aconteça.

Como promover a inovação se grandes talentos estão cada vez mais escassos? Você já parou para pensar o porquê de não termos abundância de pessoas excelentes?

Alerto para a seguinte observação: não somos excelentes, pois não temos escolas excelentes e nem educação excelente, portanto quando temos novas idéias com foco em inovação temos grandes dificuldades em pô-las em prática. Nosso cenário atual está sedento por coisas novas: novas decisões, novos caminhos, novas novos produtos, novos projetos, etc,etc,etc.

Aqui vai uma dica: Caso você tenha “meia ideia” COMPARTILHE, pois outra pessoa ou mesmo processo pode ter o seu complemento.

Mas afinal de onde vêm novas ideias?

– Conectividade e simplicidade com foco em tornar as coisas mais fáceis.<

– Grandes inovações são fruto de duas ou mais ideias que se complementam.

– Junte a isso uma “boa pitada de suor na camisa” e acredite que novas ações podem mudar o resultado de sua empresa.

O que nós gestores podemos fazer diferente e alavancar resultados?

– Atuar na gestão do conhecimento;

– Gerir de forma singular cada talento. O foco de atenção não deve ser na maioria, mas sim, em cada um.

– Estar focado no resultado e nos seus indicadores;

– Fazer gestão dos custos invisíveis. Você já parou para pensar o custo gerado por um ambiente de conflitos?

– Incentivar espaços de aprendizagem coletiva. Lembrem-se não somos excelentes, portanto, precisamos estudar sempre e promover isto dentro de nossas empresas;

– É importante analisar detalhadamente o custo benefício de todas as políticas vigentes e redefini-las de acordo com as prioridades de estratégias do negócio.

– Promover a inovação com foco na autonomia. Qual o custo gerado pela burocratização de processos que nada contribuem para o efetivo resultado do negócio?

Bem leitores, encerro aqui relembrando que a liderança envolve além de todas as práticas citadas acima, inspirar cada integrante de um grupo a chegar a um objetivo, ou seja, resultado. Inspirar é um verbo do latim que significa soprar vida em outro. Diante disto nós lÍderes somos responsáveis também pelas vidas dos outros.

Dá pra falar de carreira em tempos de crise?

 Por Flávia Kurth

 

Já sabemos que 2016 está sendo um ano de ajustes duríssimos em nossa economia.

Inevitavelmente todos nós seremos atingidos. Isso se não fomos ainda.

Mesmo as empresas menos abatidas pela crise sabem que é preciso ter um olhar engenhoso para sua estrutura de custos e seus processos internos.

A regra do jogo é bem clara: temos que produzir bem, muito e com pouco!

E aí vem a pergunta: Dá para falar em carreira em tempos de crise?

A resposta é SIM!

Aliás, pensar carreira não só é possível, como tremendamente necessário em tempos como este.

Primeiro porque, apesar da retração e nebulosidade no cenário econômico brasileiro, o mundo não parou, o país não parou, os negócios não pararam. As empresas continuam precisando de gente boa, qualificada, que a apoie e ajude seu negócio a driblar as dificuldades.

E depois, porque toda situação de crise é, no mínimo, uma grande oportunidade de reflexão e aprendizado profissional.

Lamentavelmente, muitas pessoas que viveram e trabalharam no cenário de pleno emprego até pouco tempo atrás, não se empenharam em administrar suas carreiras.

Muitos não se preocuparam com capacitação, nem se atentaram para as necessidades e desafios de suas empresas a fim de alinhar seu desempenho a estes propósitos, assim como não mantiveram o foco em se tornar e a determinação em se manterem como profissionais acima da média.

O que ocorreu, entretanto, foi que muitos também não consideraram que a situação econômica no país poderia mudar.

Hoje, com a taxa de desemprego no Brasil beirando os 9%, a maior lição que muitos brasileiros estão aprendendo a duras penas é a de que, no passado, deveriam ter sido mais cuidadosos com suas carreiras.

A verdade é que, em se tratando de carreira profissional, as pessoas tendem a pensar só no “aqui e agora”, e o despreparo para o futuro é uma grande armadilha!

 

Aqui vão quatro dicas para ajudá-lo a cuidar de sua carreira mesmo em tempos de dificuldade:

 

1)      ASSUMA O COMANDO

A primeira grande decisão a tomar com relação à sua carreira é a de se postar como protagonista dela! Minguar-se frente à crise e se lastimar como vítima, não o levarão a lugar algum. A empresa em que você trabalha, a instituição onde estuda, bem como sua família e colegas são coadjuvantes de sua história profissional. Podem até ajuda-lo, agindo como facilitadores ou apoiando você financeira ou emocionalmente. Mas não transfira a eles a responsabilidade pela administração de sua carreira, muito menos pelo seu sucesso. Esta incumbência é sua!

 

2)      SAIA DA ZONA DE CONFORTO ANTES QUE SEJA DESPEJADO DELA!

O que as empresas mais desejam de seus profissionais neste momento é que consigam olhar “através da crise” e que não se escondam silenciosamente dentro da organização. Portanto, pense em formas de cooperar, levando a seus superiores sugestões para que o faturamento cresça e os custos caiam. Mantenha o foco no alto desempenho e evite o desperdício de tempo e outros recursos. Tenha a certeza de contribuir para que a empresa esteja mais bem organizada, mais forte e enxuta quando a tempestade passar. Se você adotar estes comportamentos no trabalho, as chances de ser bem visto aumentam consideravelmente, além de ser lembrado quando uma oportunidade de crescimento aparecer.

 

3)      VOCÊ ESTÁ NA LINHA DE RECEITAS OU DE DESPESAS DE SUA EMPRESA?

Ouvi recentemente em uma palestra do fundador da BizRevolution: “toda empresa tem problemas e soluções. As soluções são facilmente associadas ao que lhe traz faturamento, enquanto os problemas estão relacionados às contas que ela tem para pagar: suas despesas.” Se você não percebe a relação de seu trabalho, seja ele qual for, com o faturamento da empresa, muito provavelmente está agindo como despesa para ela. E daí o risco é grande de sua carreira levar um susto e você ser cortado do quadro justamente por “redução de custos”. Pense nisso!

 

4)      CAPACITE-SE SEMPRE.

Investir em capacitação deve ser um processo contínuo dentro de sua carreira e, ao contrário do que você possa pensar, a crise não serve de justificativa para não se dedicar a isso. Muito pelo contrário!

Capacitar-se não necessariamente implica em custo. Hoje existem inúmeras possibilidades de participação em cursos presenciais e online, webinars, e leituras variadas totalmente gratuitas.

 

Em resumo, a crise econômica não legitima qualquer congelamento na administração de sua carreira. E, se você não pensar nela, corre o risco de acabar surpreendido pelo mercado ou por sua empresa que podem decidir sobre ela por você!

 

 

Flávia Kurth é diretora executiva da Véli Soluções em RH em Santa Catarina www.velirh.com.br  (47)3041-0041  [email protected]

A Pessoa Mais Poderosa do Mundo

Hoje de manhã fui à Hemoba – Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia e agora, com muito orgulho, faço parte do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) o que, por sua vez, me conecta à maior rede mundial de doadores voluntários de medula óssea, a National Marrow Donor Program (NMDP).

A vida é, realmente, incrível, imprevisível, indômita. De repente estamos bem, em um dia produtivo de trabalho ou curtindo o aniversário de nossos filhos e no outro dia…não sabemos…ou alguém pode garantir, 100%, o que a vida lhe reserva daqui a pouco ou amanhã??

Um amigo querido está lutando bravamente desde que recebeu um diagnóstico difícil, sua vida mudou e a de todos ao seu redor também. O que vivenciei hoje na Hemoba, entre tantos amigos e familiares de meus amigos, foi muito emocionante. Foi aquele tipo de sensação, de insight… que te aproxima de Deus e te faz lembrar o que é SER GENTE, SER HUMANO, SER SOLIDÁRIO, AMAR O PRÓXIMO.

Se você, leitor, acha que foi um ambiente triste, com muito choro e abraços de consolo, engana-se, redondamente. Foi uma festa de amigos, quase uma prova de gincana, daquelas bem legais, onde damos risada, nos ajudamos, nos incentivamos e alcançamos juntos a vitória. Muitos sorrisos, muita cumplicidade, muito brilho no olho, esperança, fé!

Após fazer o meu cadastro, aguardei um tempo e fui colher meu sangue para o mapeamento genético. Nessa hora, fiquei tão emocionada…pensei, muito profundamente, que aquele pouquinho de sangue vai indicar que sou compatível com alguém que precisa muito de uma doação para continuar vivo. Senti algo tão intenso…me senti a pessoa mais poderosa do mundo…e…por dentro, sorri e chorei de emoção, de felicidade.

Aos amigos Ricardo Andrade e Daniella Rosa, o meu mais sincero e profundo agradecimento. A história que estão vivendo mudou a minha história. A sua luta, me deu uma oportunidade incrível e, dirigindo hoje de volta para casa, refleti sobre termos sido “criados à imagem e semelhança de Deus…”.

Todo DOADOR é um pouquinho DEUS e é assim que estou me sentindo.

Salvador, 04/10/2014

Margot Azevedo é Diretora da VÉLI Soluções em RH, Amiga de Ricardo & Dani e Doadora de Medula Óssea.

Doar Muda o Mundo

Valorizando Diferenças, Alcançando Resultados Extraordinários

Estive hoje na inauguração da fábrica do Grupo Boticário em Camaçari, Bahia, juntamente com o Supervisor de Seleção Especializada da Véli, Valmiro Filho, “Miro”, como carinhosamente o chamamos. Entre os convidados estavam autoridades locais, como o governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner, e o prefeito do município de Camaçari, Ademar Delgado das Chagas. Ambos formaram o palco da solenidade ao lado do fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário, Miguel Krigsner, e do presidente executivo, Artur Grynbaum. Entre os cerca de 500 convidados presentes descaram-se os novos colaboradores já contratados para atuar no empreendimento, dos quais, mais de 40 foram selecionados pela competente equipe de R&S da VÉLI BAHIA, comandada por Miro.

A fábrica está linda!!! Tudo de muito bom gosto, claro, amplo, alegre, uma verdadeira fábrica de beleza, de cheiros, texturas e cores. É a continuidade de uma história de empreendedorismo e crença no Brasil que abre um novo capítulo, agora com sotaque e suingue baiano!

O presidente executivo do Grupo, Sr. Artur Grynbaum, iniciou o seu discurso dizendo que “…a Bahia acordou hoje mais bela e mais perfumada…”, pura verdade! Depois contou brevemente a história do Boticário, que começou como uma farmácia de manipulação e 37 anos depois é uma das mais importantes empresas do Brasil. Com o projeto de expansão do grupo, que antes de chegar à Bahia tinha uma fábrica no Paraná e um centro de distribuição em São Paulo, agora possuem mais uma fábrica em Camaçari e um novo CD em São Gonçalo dos Campos, ambas cidades baianas.

O Sr. Miguel Krigsner, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo, falou sobre o foco nas pessoas, a humanização das relações e o respeito à natureza como valores norteadores do Grupo desde o início.

Ponto de destaque na frente da fábrica, uma escultura de mais de 5 metros, apresenta uma releitura dos hoje icônicos frascos dos perfumes do Boticário, em mais uma criação do talentoso artista baiano, Bel Borba. Cabe aqui contar uma particularidade: desde que vi seu primeiro trabalho, há muitos anos, virei fã de Bel Borba e assim que montei o escritório da Véli, há dez anos, dei a uma de nossas salas o nome dele. Hoje pude contar isso a ele, pessoalmente, na inauguração da fábrica do Boticário.

Hoje, prestigiando o evento, nos sentimos, Eu e Miro, honrados por fazer parte da história do Grupo Boticário na Bahia. Com muita alegria, orgulho e satisfação vimos hoje muitos dos vários profissionais que ajudamos a selecionar já trabalhando na fábrica. Gente com brilho nos olhos, com garra, competência e profissionalismo. Gente que acredita no seu potencial e na sua capacidade de construir, juntamente com empresas como o Grupo Boticário, um país melhor, dignificado pelo trabalho honesto, competente e pela valorização das diferenças que, somadas, trazem resultados extraordinários.

Parabéns aos Paranaenses, aos Baianos e ao GRUPO BOTICÁRIO, cliente querido e que muito nos orgulha!

Essa mistura de sul com nordeste, de frio com calor, de pele branca e pele morena, de sotaques, de jeitos, encontra na Bahia o lugar ideal para florescer afinal, aqui todos se reconhecem, aqui cada brasileiro se encontra com um pouco da sua própria história pois, como bem lembrou o  presidente executivo do Grupo, “não foi por acaso que o Brasil nasceu aqui”…e também não é por acaso, que um prefeito, na abertura de seu discurso para uma seleta platéia, quebra o protocolo, chama a esposa na beira do palco, a presenteia com um perfume que acabara de ganhar e lhe dá um “selinho”, na frente de uma platéia surpreendida mas também encantada pela naturalidade do gesto. Eu não o conhecia mas achei “massa” a atitude espontânea do prefeito de Camaçari. Esse tipo de coisa, só se vê na Bahia.

Margot Azevedo – Diretora Executiva da VÉLI BAHIA – 16/09/2014

Solenidade de inauguração da fábrica do Grupo Boticário na Bahia
Solenidade de inauguração da fábrica do Grupo Boticário na Bahia
Interior da nova fábrica do Grupo Boticário na Bahia
Interior da nova fábrica do Grupo Boticário na Bahia
Valmiro Filho - Supervisão de Seleção Especializada da VÉLI BAHIA
Valmiro Filho – Supervisor de Seleção Especializada da VÉLI BAHIA
Escultura de Bel Borba na entrada da nova fábrica
Escultura de Bel Borba na entrada da nova fábrica
Margot Azevedo e Valmiro Filho, Diretora Executiva e Supervisor de Seleção da VÉLi Bahia
Margot Azevedo e Valmiro Filho, Diretora Executiva e Supervisor de Seleção da VÉLi Bahia

Faça o bem para sua carreira

Autor: Murilo Ohl

O trabalho voluntário é cada vez mais procurado por profissionais que buscam significado no que fazem. Veja como ele pode ser fonte de aprendizado e também de motivação.

Débora Puntel, 40 anos, enfermeira do Hospital Albert Einstein, entre vítimas do terremoto: a entidade enviou 49 voluntários

No dia 12 de janeiro deste ano, um terremoto de sete graus na escala Richter, no Haiti, causou a morte de 200 000 pessoas, deixou outras 300 000 feridas e fez mais de 1 milhão de desabrigados. Dois dias depois da tragédia, uma dupla de médicos do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, chegava a Porto Príncipe, capital do país, com a missão de encontrar um local que servisse de enfermaria improvisada e de preparar a chegada de três equipes do hospital, mais toneladas de equipamentos, remédios e materiais.

No dia 4 de fevereiro, 49 profi ssionais — médicos, enfermeiros, fi sioterapeutas e engenheiros –, que se voluntariaram a cuidar das vítimas, começaram a chegar ao país. Entre os que passaram pelo Haiti estão a enfermeira Débora Puntel, de 40 anos, e o infectologista Alexandre Marra, de 36 anos. No acampamento montado em Porto Príncipe, o grupo paulista realizou um trabalho bastante diferente do que costuma desenvolver diariamente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Einstein, um dos mais ricos e equipados hospitais do país. Na tenda onde os brasileiros trabalhavam, a temperatura chegava a 50 graus durante o dia. À noite, quando a energia elétrica acabava, o banho era de balde num banheiro aberto.

“Você precisa estar preparado para tudo”, diz Alexandre. O mais importante da experiência, diz ele, é perceber o quanto ela modifi ca sua visão do mundo. “Você começa a dar mais valor à sua vida e passa a considerar pequenos seus problemas de trabalho”, conta o médico. Como experiência pessoal, poucas atividades são tão enriquecedora como o trabalho voluntário — mesmo que você não receba dinheiro nenhum para fazê-lo. E não é preciso viajar ao Haiti para se engajar numa missão desse tipo.

O número de empresas brasileiras, de todos os tamanhos, que apoia comunidades e instituições é grande e crescente. O envolvimento de uma corporação numa ação de cidadania tem, evidentemente, um componente marqueteiro. Mas, em muitos casos, existe um interesse legítimo em ajudar e retribuir à sociedade da qual a empresa tira seu sustento. Mais importante, quem faz as empresas se mexerem são os funcionários. “Os profi ssionais estão mais engajados e querem conhecer as ações de cidadania que a companhia pratica para decidir se querem trabalhar nela”, comenta Enrique Soto, líder de sustentabilidade da consultoria Accenture.

“Hoje, a responsabilidade social virou uma ferramenta de atração e retenção de talentos.” O desejo de contribuir com a sociedade é ainda maior nos profi ssionais mais jovens, segundo Ruth Harada, diretora de cidadania corporativa da IBM. “O trabalho voluntário funciona como fator de motivação, especialmente para a geração de funcionários abaixo de 30 anos.” A ação social é uma oportunidade de desenvolver novas competências para sua carreira profi ssional — ou ao menos aprimorar habilidades que você já possui. Para o capixaba Welton Duque, de 33 anos, coordenador de operações da Vivo, empresa de telefonia celular, a atividade humanitária foi uma chance de aprimorar as técnicas de liderança.

Em março deste ano, Welton viajou ao Chile com uma equipe de nove profi ssionais da operadora para refazer a infraestrutura de telecomunicações da região de Concepción, a mais afetada pelo terremoto de 8 graus ocorrido em 27 de fevereiro. “Em campo, com poucos recursos, aprendi a dividir responsabilidades e compartilhar a liderança”, diz Welton. “Foi um aprendizado sobre trabalho em equipe.”

Trecho do blog Einstein no Haiti, feito por voluntários do Hospital Albert Einstein

“Houve integrações entre áreas como poucas vezes vista. Não encontrei ninguém que tivesse ficado indiferente, que não tenha percebido como essa missão mudou os profissionais que aqui trabalham. Não apenas no surgimento de lideranças, de ídolos (fantástico o papel do pessoal da engenharia e manutenção) e de grandes amizades. Consolidou o nosso modo de pensar e encarar nossas obrigações assistenciais. Estamos diferentes e melhores. Depois dessa missão, penso que não haja desafio que não se possa cumprir.” Oscar Pavão, nefrologista, gerente da UTI e coordenador da missão no Haiti

A IBM tem um programa internacional, chamado Corporate Service Corps (algo como “tropa de serviços corporativos”), cuja fi nalidade é enviar funcionários voluntários para passar um mês num projeto social de uma comunidade pobre de um país em desenvolvimento. No local, usando seu conhecimento profi ssional, o funcionário ajuda a promover melhorias no projeto.

Embora a IBM seja uma empresa de tecnologia, há funcionários realizando ações em áreas como vendas, administração e alianças, entre outras. “Esse tipo de trabalho ajuda o profi ssional a melhorar a capacidade de execução, a trabalhar com escassez de recursos e a eleger prioridades”, afi rma Ruth. Detalhe: os critérios de escolha para participar do programa envolvem análises de potencial de crescimento do candidato e de sua capacidade de se tornar um líder global da empresa.

“Trabalhei na Romênia, com colegas americanos, indianos, fi nlandeses e suecos”, diz Welinton Chalabi, de 35 anos, que hoje mora na Malásia e é gerente de operações de serviços da IBM para sete países asiáticos. “O programa voluntário foi uma oportunidade de aprender a trabalhar com equipes multiculturais.” As ações de cidadania podem ajudar um profi ssional a bater suas metas e trazer resultados. Na Accenture, os profi ssionais da área comercial são estimulados a convidar seus clientes para participar das atividades de cidadania empresarial. Além de ajudar com uma boa causa, a ação se transforma numa oportunidade de desenvolver um relacionamento com o cliente fora da mesa de negociações. “Isso fortalece o vínculo e vai facilitar o trabalho do executivo comercial numa venda futura”, explica Enrique.

Participar de trabalho voluntário também ajuda o profi ssional a ganhar destaque internamente e fi car em vantagem na hora da promoção. Em muitas empresas, essas participações são computadas na avaliação periódica de desempenho. Às vezes de maneira objetiva, quando o item trabalho voluntário aparece explicitamente.

Em outros casos, aparece de maneira menos clara, mas pode ser levada em conta quando a companhia quer saber se o profi ssional realiza tarefas que vão além das atribuições de seu cargo. Mas, mesmo fora da avaliação de desempenho, o trabalho voluntário conta pontos. “Valoriza o profi ssional”, diz Ruth. Obviamente, o trabalho voluntário toma um bom tempo e energia. Por isso, a recomendação é só assumir um compromisso desse tipo se você realmente pretende cumpri-lo. Interessado em ser voluntário? Então, tome a iniciativa, que é a competência fundamental de quem pretende ajudar. Verifi que quais são as ações de sua empresa na área ou apresente novos projetos. Pode ser bom para todos.

No dia 12 de janeiro deste ano, um terremoto de sete graus na escala Richter, no Haiti, causou a morte de 200 000 pessoas, deixou outras 300 000 feridas e fez mais de 1 milhão de desabrigados. Dois dias depois da tragédia, uma dupla de médicos do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, chegava a Porto Príncipe, capital do país, com a missão de encontrar um local que servisse de enfermaria improvisada e de preparar a chegada de três equipes do hospital, mais toneladas de equipamentos, remédios e materiais.

No dia 4 de fevereiro, 49 profi ssionais — médicos, enfermeiros, fi sioterapeutas e engenheiros –, que se voluntariaram a cuidar das vítimas, começaram a chegar ao país. Entre os que passaram pelo Haiti estão a enfermeira Débora Puntel, de 40 anos, e o infectologista Alexandre Marra, de 36 anos. No acampamento montado em Porto Príncipe, o grupo paulista realizou um trabalho bastante diferente do que costuma desenvolver diariamente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Einstein, um dos mais ricos e equipados hospitais do país. Na tenda onde os brasileiros trabalhavam, a temperatura chegava a 50 graus durante o dia. À noite, quando a energia elétrica acabava, o banho era de balde num banheiro aberto.

“Você precisa estar preparado para tudo”, diz Alexandre. O mais importante da experiência, diz ele, é perceber o quanto ela modifi ca sua visão do mundo. “Você começa a dar mais valor à sua vida e passa a considerar pequenos seus problemas de trabalho”, conta o médico. Como experiência pessoal, poucas atividades são tão enriquecedora como o trabalho voluntário — mesmo que você não receba dinheiro nenhum para fazê-lo. E não é preciso viajar ao Haiti para se engajar numa missão desse tipo.

O número de empresas brasileiras, de todos os tamanhos, que apoia comunidades e instituições é grande e crescente. O envolvimento de uma corporação numa ação de cidadania tem, evidentemente, um componente marqueteiro. Mas, em muitos casos, existe um interesse legítimo em ajudar e retribuir à sociedade da qual a empresa tira seu sustento. Mais importante, quem faz as empresas se mexerem são os funcionários. “Os profi ssionais estão mais engajados e querem conhecer as ações de cidadania que a companhia pratica para decidir se querem trabalhar nela”, comenta Enrique Soto, líder de sustentabilidade da consultoria Accenture.

“Hoje, a responsabilidade social virou uma ferramenta de atração e retenção de talentos.” O desejo de contribuir com a sociedade é ainda maior nos profi ssionais mais jovens, segundo Ruth Harada, diretora de cidadania corporativa da IBM. “O trabalho voluntário funciona como fator de motivação, especialmente para a geração de funcionários abaixo de 30 anos.” A ação social é uma oportunidade de desenvolver novas competências para sua carreira profi ssional — ou ao menos aprimorar habilidades que você já possui. Para o capixaba Welton Duque, de 33 anos, coordenador de operações da Vivo, empresa de telefonia celular, a atividade humanitária foi uma chance de aprimorar as técnicas de liderança.

Em março deste ano, Welton viajou ao Chile com uma equipe de nove profi ssionais da operadora para refazer a infraestrutura de telecomunicações da região de Concepción, a mais afetada pelo terremoto de 8 graus ocorrido em 27 de fevereiro. “Em campo, com poucos recursos, aprendi a dividir responsabilidades e compartilhar a liderança”, diz Welton. “Foi um aprendizado sobre trabalho em equipe.”

Trecho do blog Einstein no Haiti, feito por voluntários do Hospital Albert Einstein

“Houve integrações entre áreas como poucas vezes vista. Não encontrei ninguém que tivesse ficado indiferente, que não tenha percebido como essa missão mudou os profissionais que aqui trabalham. Não apenas no surgimento de lideranças, de ídolos (fantástico o papel do pessoal da engenharia e manutenção) e de grandes amizades. Consolidou o nosso modo de pensar e encarar nossas obrigações assistenciais. Estamos diferentes e melhores. Depois dessa missão, penso que não haja desafio que não se possa cumprir.” Oscar Pavão, nefrologista, gerente da UTI e coordenador da missão no Haiti

A IBM tem um programa internacional, chamado Corporate Service Corps (algo como “tropa de serviços corporativos”), cuja fi nalidade é enviar funcionários voluntários para passar um mês num projeto social de uma comunidade pobre de um país em desenvolvimento. No local, usando seu conhecimento profi ssional, o funcionário ajuda a promover melhorias no projeto.

Embora a IBM seja uma empresa de tecnologia, há funcionários realizando ações em áreas como vendas, administração e alianças, entre outras. “Esse tipo de trabalho ajuda o profi ssional a melhorar a capacidade de execução, a trabalhar com escassez de recursos e a eleger prioridades”, afi rma Ruth. Detalhe: os critérios de escolha para participar do programa envolvem análises de potencial de crescimento do candidato e de sua capacidade de se tornar um líder global da empresa.

“Trabalhei na Romênia, com colegas americanos, indianos, fi nlandeses e suecos”, diz Welinton Chalabi, de 35 anos, que hoje mora na Malásia e é gerente de operações de serviços da IBM para sete países asiáticos. “O programa voluntário foi uma oportunidade de aprender a trabalhar com equipes multiculturais.” As ações de cidadania podem ajudar um profi ssional a bater suas metas e trazer resultados. Na Accenture, os profi ssionais da área comercial são estimulados a convidar seus clientes para participar das atividades de cidadania empresarial. Além de ajudar com uma boa causa, a ação se transforma numa oportunidade de desenvolver um relacionamento com o cliente fora da mesa de negociações. “Isso fortalece o vínculo e vai facilitar o trabalho do executivo comercial numa venda futura”, explica Enrique.

Participar de trabalho voluntário também ajuda o profi ssional a ganhar destaque internamente e fi car em vantagem na hora da promoção. Em muitas empresas, essas participações são computadas na avaliação periódica de desempenho. Às vezes de maneira objetiva, quando o item trabalho voluntário aparece explicitamente.

Em outros casos, aparece de maneira menos clara, mas pode ser levada em conta quando a companhia quer saber se o profi ssional realiza tarefas que vão além das atribuições de seu cargo. Mas, mesmo fora da avaliação de desempenho, o trabalho voluntário conta pontos. “Valoriza o profi ssional”, diz Ruth. Obviamente, o trabalho voluntário toma um bom tempo e energia. Por isso, a recomendação é só assumir um compromisso desse tipo se você realmente pretende cumpri-lo. Interessado em ser voluntário? Então, tome a iniciativa, que é a competência fundamental de quem pretende ajudar. Verifi que quais são as ações de sua empresa na área ou apresente novos projetos. Pode ser bom para todos.

Profissionais do Hospital Albert Einstein socorrem vítimas do terremoto do Haiti

Funcionários estrangeiros da IBM participam de atividades em entidade de ajuda a crianças carentes na periferia de Belo Horizonte (MG)

No Chile, prédio destruído e Leandro Pereira, da Vivo, consertando antena

 

Fonte: Você S.A. Clique aqui para ver o link original.

EMPRESABILIDADE: sua empresa atrai craques em processos seletivos?

Flávia Kurth – Diretora Executiva e Headhunter da Véli RH na região Sul. Possui MBA em Gestão de Pessoas com foco em Estratégias pela FGV. Especialista em Comunicação e Gestão de Negócios pela Eastern Illinois University(EUA).

Nasci e cresci no ABC Paulista, rodeada por indústrias de todos os segmentos. Lembro que quando uma delas anunciava a abertura de vagas, formava-se rapidamente do lado de fora uma longa fila de candidatos, sedentos pela oportunidades de preencher uma ficha de trabalho e concorrer a um dos cargos. Se a vaga era executiva, candidatos entravam e saíam da empresa inúmeras vezes em dias diferentes. Alguns ansiosos e outros sonolentos de tanto esperar pelo atraso dos entrevistadores, mas todos se submetendo às condições dos extensos e cansativos processos de entrevistas e avaliações. Tudo por um emprego!

Eu mesma, quando buscava minha primeira oportunidade, me peguei cochilando no sofá de uma grande emissora de TV, em frente à secretária do diretor. Depois de passar mais um dia inteiro por várias entrevistas e preencher vários questionários, tive ainda que esperar por três horas enquanto ele encerrava uma reunião. Quando finalmente fui chamada tinha uma certeza: eu estava com medo, e ele com o poder da escolha.

Hoje o momento é outro. Vivemos em uma era de pleno emprego e a dificuldade em encontrar profissionais especializados é cada vez maior. Como no futebol, os craques, aqueles que entram na empresa e rapidamente conseguem se adaptar aos negócios, marcando gol já no começo do jogo, estão escassos. O problema é que os bons jogadores nem sempre estão disponíveis, ou não têm disposição nem disponibilidade para avaliar novas oportunidades de trabalho. Em muitos casos, também estão com o “passe” elevadíssimo.

É por isso que a tarefa de atrair e selecionar profissionais se tornou estratégica, o que tem provocado nas organizações a preocupação com um indicador vital: sua Empresabilidade.

Com a competitividade global, a atratividade é fundamental. Empresas precisam demonstrar diferenciais competitivos de mercado e em gestão de pessoas para os profissionais que querem atrair. O candidato “craque” avalia, e muito, a proposta de valor oferecida.

Como, então, atrair bons jogadores? É fundamental criar uma imagem institucional que estabeleça com o profissional uma relação de confiança. A empresa deve valorizar e não subestimar quem se colocou à disposição da oportunidade. Quem conduzir o processo seletivo deve respeitar datas e horários pré-agendados, deixar claro o que a empresa espera do profissional, os motivos da contratação a política de carreira, remuneração e gestão de pessoas. É preciso despertar no craque o desejo de jogar pelo seu time.

As organizações acreditam que seus colaboradores são(ou devem ser) os maiores promotores da sua marca. Mas muitas se esquecem de que, para cada colaborador que ela conquista, há vários candidatos reprovados que também estão no mercado falando dela.

Portanto é preciso jogar limpo o tempo todo, mesmo se o profissional não compor a equipe. Tem grande relevância neste processo o feedback negativo a quem não for contratado. Pior para a imagem institucional da empresa do que dar um feedback negativo é se calar.

Cuidados como estes não garantem à empresa o titulo do campeonato, mas com certeza ela estará marcando um golaço, o que já é um excelente começo em qualquer jogo.

Matéria publicada na revista NEGÓCIOS & EMPREENDIMENTOS – Edição número 14 – Para ver a matéria original, clique aqui. Matéria na página 76.